Tuesday, January 23, 2007

Assim não, mas e depois?

Tive hoje o conhecimento deste site, já tinha ouvido o Prof. falar sobre isso no seu programa, sou completamente de acordo com a posição do Assim não, mas votando não, o que podemos fazer para que não se continue a fazer passar as mulheres pelo trauma (2 em 1, atenção) que é um aborto ilegal e ainda haver a hipótese de ter uma pena de prisão?
Como leiga de leis que sou, acabo por me reger pelo que oiço na comunicação social, e na comunicação social nunca se ouviu a leitura da lei em si, se calhar mesmo que fosse lida, acredito que no meio dos termos técnicos me fosse perder, mas o que é certo é que a única pergunta à qual pensava estar a responder era quanto à despenalização...
Temos o referendo a menos de um mês e só agora é que se começa a conhecer realmente em que é que vai constar a lei e mais, que não vai haver um qualquer aconselhamento a quem for interromper a gravidez, acredito firmemente que ninguém vai fazer um aborto de ânimo leve, mas nunca se sabe e um acompanhamento é sempre necessário, nem que seja por causa do trauma que possa causar a situação.
O que podemos fazer depois de votarmos não a uma lei que não é o que se estava à espera? Não acredito que se ganhar o não, haja uma reformulação da lei e novo referendo... Ainda considero que haja uma série de hipócritas que pregam pela vida e no entanto já mandaram alguma companheira a um desses “talhantes” para corrigir um erro de percurso.
Se votarmos não, nada vai mudar, os “talhantes” vão continuar a encher-se de dinheiro, há sempre a hipótese de haver complicações e as mulheres vão continuar a ter que sofrer ainda mais por uma escolha, já de si nada fácil.


Não, e depois?

12 comments:

bonifaceo said...

Um assunto delicado... embora tenha a minha opinião e na verdade pense que isto nem devia estar a acontecer. Mas pronto, como tenho dito, cada um com a sua.

Anonymous said...

O Sim não é a SOLUÇÃO para o drama do aborto clandestino.
E que tal educar??

Peter's Thoughts said...

Eu diria…..
O NÃO, não é opção!
Porque é não, e a única opção que deixa é o aborto clandestino que ja existe e irá continuar a existir.

O SIM, esse sim, poderá ser uma opção, porque vai permitir realizar o aborto em condições a quem o desejar fazer ou não realizar como já faziam até agora…
A educação pode e deve ser feita na mesma, até intensificada.

Assim penso eu........ou não!

Beijos

Jaime said...

A tua pergunta talvez seja dos melhores argumentos a favor do Sim que já ouvi. Realmente, se o Não ganhar, e depois? As pessoas tem muita dificuldade em olhar para o futuro e assusta-me que haja gente que possa defender que tudo fique na mesma. Em frente, SIM. peço desculpa pela intromissão.

Miss Kin said...

Bonifaceo, acabaste por ñ partilhar a tua opinião connosco...

Rituxa, fala-se no educar há anos, mas até agora pouco se vê fazer como é habitual, mas se o não ganhar, aí ñ há mesmo mais "solução".

Peter´s Thoughts, tb concordo, mas de qq maneira, devia estar previsto na lei aconselhamento para q as coisas não sejam feitas só pq naquela altura apeteceu.

Jaime, podes "meter o bedelho" por aqui sempre ;)

bonifaceo said...

Em primeiro, posso desde já dizer que sou pelo Não.
E Não acima de tudo por aquilo que considero correcto e errado, e eu considero o aborto errado, isto assim num ponto de vista global e por achar que ao abortar de certo modo está-se a matar um ser humano.

Mári len said...

bem na minha humilde opniao,a partir do momento que não ha nenhum metodo contraceptivo que seja 100%,voto sim!e sem truques voto sim a liberalizaçao, pois se as organizaçoes do NAO podem arranjar apoios para que continuem a haver familias numerosas e extremamente pobres e a não conseguir pais para adoptar crianças abandonadas,tambem conseguem acompanhamento psicologico para uma pessoa que vai fazer um aborto.e faz com que mesmo as pessoas com menos possibilidades nao tenham que se dirigir aos tais "talhantes",pois a sras,ou mesmo qualquer rapariga de classe media consegue ir passar um fim-de-semana a espanha e "tratar do assunto" tabu,enquanto espanha estiver aqui ao lado ha uma serie de pessoas que nao se interessam em que os abortos sejam feitos nos hospitais,pois os medicos q os fazem por fora cobram cerca de 600€,que lhes entram directamente para o bolso,sem recibos nem complicaçoes,e quem so tem 200 ou 300€,vai ter que ir aquela "sra la da rua", e depois acabam por ir parar ao hospital na mesma....
whoops acho q ja me estendi um bocado,tenho e q escrever um post:)
bom dia!

Miss Kin said...

Bonifaceo, ninguém é "a favor" do aborto, as pessoas q votam SIM, votam por uma escolha q ñ diz respeito a mais ninguém a ñ ser a quem a faz, quanto à vida humana, tudo bem, mas votares ñ, ñ vai fazer com q o aborto deixe de ser feito, vai continuar a ser feito em condições menos próprias, q podem pôr em risco outras vidas humanas.
Quem vota ñ, por ser a favor da vida humana, esquece-se q quem têm q fazer interupções VOLUNTÁRIAS da gravidez, tb fazem parte dessa "vida humana" q tanto dizem tentar proteger...

cuotidiano said...

Se, no referendo sobre o aborto, eu votasse “não” e fosse um gajo coerente...

- Proporia – melhor, exigiria, já que a Vida não se discute - ao Estado Português que cortasse relações com 90% dos países da União Europeia, já que têm em vigor leis equivalentes à que irá ser referendada;
- Também o proporia em relação a mais de 80% dos países do Mundo, pelas mesmíssimas razões;
- Acharia que as violações de direitos humanos na China não eram nada de especial, quando comparados com os “assassinatos em massa” nos países nossos aliados, nomeadamente em França – um dos tais com quem cortaria relações diplomáticas;
- Instauraria processos-crime por homicídio a todos os deputados que aprovaram a lei actual, já que permite o aborto nas situações, por exemplo, de mongoloidismo ou de violação – então e os "fetos mongolóides" e os “consequência” de violação serão “menos gente” que os outros?

Mas como nem voto “não” nem sou um gajo coerente...


PS – Também telefonaria ao meu psicólogo clínico para me salvar de uma eminente crise de contradição...

bonifaceo said...

Este era um ponto dos quais a que eu tinha em mente quando dizia que não gostava de discutir este assunto, porque quem é do sim não vê a outra perspectiva, e muitas vezes vice-versa. A minha opinião está formada e nada o mudará.
Isto pode parecer estranho o que vou dizer a seguir, mas quem pratica o aborto está a ser egoísta e não pode decidir sobre uma vida que já está a ser formada, e acho que nem a própria mãe tem direito a decidir isso, foi como disse no comentário de cima, eu considero que é uma morte e como tal ninguém tem o direito a pôr fim a uma vida, mesmo que ainda esteja em estado embrionário.
Nem compreendo como em tanto país é legal, mas como é o Homem que faz as leis conforme lhe apetece...
Não quero parecer mesquinho, mas a sério, esta é a minha opinião. Eu percebo em parte o que querem dizer, mas enquanto eu já vir o embrião como uma vida não conseguirei ser do sim e não posso apoiar tais ideias.

bonifaceo said...

O cuotidiano publicou enquanto eu publicava... só li quando acabei. E não se pense que vou criticar. Já agora, se se pode decidir sobre o aborto, eu não posso decidir sobre o meu voto? Já agora era melhor... eu não tenho nada a ver com o vizinho, se ele se atirar de um penhasco e dizer que é bom não vou fazer o mesmo... e isto, sem qualquer ironia ou sarcasmo, cada um sabe de si e não estou a dizer que sou dono da verdade, logo acho de mau gosto certas críticas que se faz só porque alguém não é da mesma opinião que nós.

Anonymous said...

Boas a todos
Pois é, mais um tema que tem muito que se lhe diga.

O meu voto é sim pela liberalização da decisão pessoal de cada um, pois cada um deve ser livre. É claro que inserindo este pensamento nas sociedades em questão.

Concordo com a reeducação sobre estas questões, tal como diz a Débora, penso que é o mais importante. Tudo o resto poderia-se analisar chegando sempre a contradições porque todos temos ideias, e ainda vivemos sob uma legislação cultural rigida em relação a certos assuntos.

E claro que não nos podemos esquecer nos interesses politico-económicos, em qualquer uma das opções.

Dai a descrição da Débora sobre o sim que na lei diz que não há acompanhamento.
Pois é claro que não, são custos para o estado , pois ninguem quer investir sem retorno económico.
Mas o estado até poderia reformular a lei para quem fosse criar uma clinica para fazer abortos teria de ser obrigado a investir na parte de acompanhamento.
isso sim seria uma evolução.