Vida na Pandora

Ainda aqui não tinha expressado o meu... como hei-de explicar... (nem se pode chamar ódiozinho de estimação porque não é importante para isso) pronto, aversão, àquelas pulseiras que a mulher portuguesa agora não larga, as Pandoras.

A marca Pandora deve fazer uma fortuna com estas continhas desenxabidas, que tanta gente gosta tanto. Explicação para isto, "ah e tal cada conta representa uma coisa da minha vida". Para mim é só muito triste que numa pulseira, que se não tiver tamanho para andar com ela à cintura, tão pequena, caiba toda uma vida.

Fico a pensar se as coisas menos boas que acontecem também figuram nessas contas, tipo "ai que giro um corno, é para dar sorte? -não é pela altura que o meu marido andou com a secretária", assim sim, estaria realmente toda uma vida, com os tais altos e baixos que fazem dela, a vida.

Aquilo é tão extremamente feio que não se percebe a afluência que tem o conceito, que entretanto também já há as imitações, como acontece com tudo o que começa a vender em barda.

Por isso digo, se querem homenagear as situações e coisas que vos acontecem na vida, olha, escrevam um livro, tatuem as costas, os braços, as penas, sei lá, tantas maneiras bem mais bonitinhas que esses chocalhos que trazem ao pulso.