Peça ou acessório?
Às vezes pergunto-me, na sociedade actual, seremos peças, ou acessórios?
Cada um denós team as suas pessoas, aquelas a quem queremos bem, aquelas que nos arrancam sorrisos em dias nublados, aquelas sem as quais conseguiamos viver, mas mal.
Essas pessoas também têm o seu núcleo de pessoas em que nos encontramos.
Mas, no fundo no fundo, para essas pessoas seremos peças essenciais, parte de uma máquina de felicidade que faz a vida andar para a frente mais florida e mais iluminada, ou apenas acessórios que com o tempo caem em desuso e se vão perdendo na espuma dos dias, só deixando lembranças, mas não saudade?
Na adolescência não nos vêmos sem os nossos amigos, eles são a luz dos nossos dias, achamos que os vamos ter por perto para sempre... Na verdade a vida acontece, caminhos são separados nos gostos, interesses e vivências de cada um e agora, olhando para trás, não resta quase ninguém.
A cada dia que passa mais me convenço de que ninuém é insubstituível e que por muito irrepreencíveis que sejamos, somos sempre o resultado do vento de alguns e das marés de outros...
Vendo de detro para fora, há quem esteja presente porque o vento não mudou entretanto, mas também há pessoas que depois de entrar no nosso espaço, vão criando o seu próprio lugar, ocupando cada vez mais área e passando a ser peças de que a máquina não quer perder por se saber mais pobre antes delas.
Com as tais linhas que separam coisas, há a realidade e só em casos extremos sabemos a nossa importância para alguém, se formos acessórios, o tempo encarrega-se de nos levar.